Citando Eça: As cunhas
“Querido leitor: Nunca penses servir o teu país com a tua inteligência e para isso em estudar, trabalhar, em pensar! Não estudes, corrompe! Não sejas digno, sê hábil! E, sobretudo, nunca faças um concurso; ou quando o fizeres, em lugar de pôr no papel que está diante de ti o resultado de um ano de trabalho, de estudo, escreve simplesmente: sou influente no círculo tal e não me façam repetir duas vezes!” (Eça de Queirós, As Farpas –1871)
Hoje em dia, as cunhas, tal como no séc. XIX, são um dos grandes problemas de Portugal. Elas originam não só uma enorme desigualdade social, mas também levam ao fomento da corrupção.
Efectivamente, as cunhas fomentam a desigualdade social, não se reconhecendo o mérito das pessoas, nomeadamente, no mundo artístico e na educação. É disso exemplo o facto de o nosso primeiro-ministro, José Sócrates, ter adquirido um diploma, supostamente realizado a um domingo, a fim de comprovar as suas habilitações. De igual modo, o jovem modelo David Carreira, pelo facto de ser filho de Tony Carreira, entrou mais facilmente no elenco da telenovela “Morangos com Açúcar” sem ter de se sujeitar ao rigoroso processo de selecção.
Refira-se ainda que as cunhas também contribuem para o fomento da corrupção, pois muitos favores são pagos. Tal é visível no facto de o grandioso presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, ter pago ao árbitro Lucílio Baptista pelo favorecimento na arbitragem do jogo FCPorto-Braga, realizado no dia 8 de Novembro de 2008. Verifica-se o mesmo com o actual presidente da República, Cavaco Silva, o qual, segundo consta, ofereceu uma vivenda a Manuel Alegre com o intuito de este desistir da sua candidatura à presidência.
Em suma, só será reconhecido o mérito das pessoas e acabarão os favores pagos se se extinguirem as cunhas, e isso só será possível através de pesadas medidas de punição.»
Andrea Martins, nº7, 11ºD
Ângela Costa, nº9, 11ºD
Patrícia Fernandes, nº23, 11ºD
Sílvia Carvalho, nº 27, 11ºD
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